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Vida Minha

O que dizer sobre a vida? Sobre as adversidades que surgem, que sufocam, que roubam a calma, que frustram os sonhos? Que parecem oprimir a alma? De repente surgiu sem que ninguém pedisse, procurasse ou desejasse passar por esse momento. Foi separando, devastando, destruindo… Por onde passou deixou rastros de sofrimento, marcas profundas de feridas que ninguém sabe quando irão cicatrizar. E de um momento para o outro aconteceu que em alguns lares sobrou o pai e os filhos, em outros, a mãe e os filhos; em outros, foram as pessoas de mais idade, em outras, foram jovens que deixaram saudades… Seus familiares perplexos com tanta dor e ausência, se perguntaram sem respostas: “Por quê?”

É silencioso, chega sem avisar, abala as estruturas, a preocupação vem junto: “será que vai passar logo?” Quando tudo isso começou era dito: “Vamos sair pessoas melhores!”… O tempo passou, praticamente dois anos, e as máscaras continuam em uso, algumas caíram, mostrando quem estava por trás delas… O uso delas ainda é obrigatório e encobre o sorriso. Ainda é uma incógnita, não sabemos quando vai acabar, mas de uma coisa todos temos certeza: queremos que tudo isso passe rápido, que não deixe sequelas…

Lembro-me que no começo, as ruas ficavam quase vazias, as famílias precisavam se separar para se prevenir, tinha até toque de recolher nas ruas. E ainda hoje espanta, deixa apreensivas e desinquietas as pessoas. Houve a polêmica das vacinas, alguns contra, outros a favor, a demora dos governantes pela decisão impactou na perda de muitas vidas, conforme mostram as estatísticas. As esperadas vacinas foram aplicadas e então a esperança brotou novamente, e se fortaleceu o pensamento de que um dia voltaremos a um pouco do que um dia foi nossa realidade, nossa liberdade até para reunir a família.

Mas qual será o saldo de tudo isso? Recrutar soldados feridos pelo caminho? A depressão cresceu, as pessoas se sentem sozinhas, mesmo acompanhadas. Tanta precaução em apertar a mão tirou de muitos o direito ao abraço. Nesse período de extremo cuidado, procurou-se não visitar, por medo de levar junto o que poderia tirar a vida de quem necessitava de muitos cuidados, mas se pudéssemos voltar um pouquinho no tempo, teríamos escolhido ir mesmo correndo o risco; porque o mais triste foi durante esse período perder alguém e entre lágrimas e soluços dizer: não fui visitar por medo de levar o vírus…

O sentimento real disso tudo é que só vamos aprender a depender de Deus quando realmente nos depararmos com uma situação que seja só Ele por nós, e nossa confiança nEle nos faça andar sobre as águas. A fé é o firme fundamento das coisas que não se veem, mas se esperam. Se teu barco for dirigido e guiado por Ele, as ondas podem sacudir o barco, mas a água o fará velejar em segurança mesmo que hajam tempestades.

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