
Os dias de sol da última semana foram de intenso trabalho na região de abrangência da Cotrisul. Os produtores que ainda não haviam conseguido terminar as colheitas de inverno, aproveitaram o bom tempo para concluir o trabalho nas lavouras de trigo, aveia, cevada forrageira, canola e triticale.
Segundo o presidente da cooperativa, Gilberto Fontoura, as áreas de Lavras do Sul e Piratini normalmente têm ciclos mais tardios e, no começo da semana, ainda registravam 20% das lavouras de trigo por colher. No Durasnal, onde a colheita começa antes, faltava colher apenas 5% do trigo.
“De um modo geral, a produtividade foi mais baixa neste ano e a qualidade um pouco inferior. Para que o trigo seja considerado de boa qualidade, deve ter o peso hectolitro (ph) acima de 78. Mas na região, registramos um ph médio de 74”, afirmou ele ao apontar que esta característica corresponde a uma qualidade intermediária – aceita por boa parte do mercado comprador.
O dirigente da Cotrisul ressalta que a cooperativa tem sido cuidadosa nos processos de recebimento, limpeza, secagem e armazenagem, para que o produto não perca valor. Apesar de a qualidade média ter ficado abaixo do ideal em função das intensas chuvas, a Cotrisul tem conseguido os melhores negócios possíveis – tanto no mercado interno gaúcho, quanto para exportação.
Entre os associados da cooperativa, a área plantada com trigo chegou a 22 mil hectares. Já as lavouras de aveia ocuparam 8 mil hectares e as de triticale, 1,3 mil. Para o gerente de assistência técnica e insumos, Fábio Rosso, o manejo correto de fungicidas foi fundamental para minimizar os prejuízos. “O trigo é sensível à umidade e só em setembro choveu mais de mil milímetros”, observa.
Rosso projeta que, se o fenômeno El Niño (que provoca o grande volume de chuvas) se estender até o inverno do próximo ano, é possível que a área de cultivo de trigo seja reduzida em 25%.