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Emprego: Dinheiro ou glamour?

Por  Eraldo Vasconcelos de Souza
Economista – Diretor do Grupo Vasconcellos

Em tempos de emprego cada vez mais escasso é normal acharmos algum tipo de vaga em aberto e com pouca procura o que é incompreensível já que as pessoas buscam um trabalho para em primeiro lugar sustentar suas necessidades básicas através do salário recebido pelos serviços prestados e nesse caso muitos se negam a trabalhar mesmo precisando de grana.

Há tempo venho observando esse fenômeno com cuidado, buscando entender porque isso acontece, o desemprego é muito grande no Brasil, por outro lado temos setores com vagas abertas que não consegue preencher fato que parece estranho para muitos. Busquei entender esse fenômeno e cheguei a duas conclusões: Uma parcela que não busca esse tipo de oferta de trabalho é por que não se acha capacitada para o cargo ou tarefa a ser executada e nem tenta barganhar aquela vaga com medo de fracassar; por outro lado por mais estranho que pareça temos o grupo que não é pequeno das pessoas que não se interessam pela vaga já que é para um cargo ou função sem glamour, mesmo que tenha a oportunidade de ter um bom ganho mensal. Para melhor entendimento vou citar um exemplo que vai facilitar o entendimento da minha tese, vamos imaginar que uma loja de rede famosa precise de um vendedor pagando o salário comercial e uma pequena comissão, por outro lado há outra vaga para jardineiro, poderia ser marceneiro, eletricista, pintor, onde a pessoa teria uma oportunidade de ganhar mais do que na loja de rede, qual você imagina que seria a escolha da grande maioria das pessoas?

Pois é, podem ter certeza que a totalidade iria buscar a vaga da loja, uns com a alegação de que teriam chance de crescer dentro da empresa o que é algo raro nos dias atuais onde a cadeia de hierarquia ficou achatada. Na verdade a escolha pela loja e não pelas outras atividades foi por glamour ou status, para que possa dizer que são funcionários de uma empresa reconhecida, esquecem que no final do mês o glamour ou status não paga conta, não ajuda a formar uma poupança ou até mesmo gerar um patrimônio.

Lembro que no passado fazer um concurso para o Banco do Brasil era o desejo de muitos, primeiro porque ser funcionário do BB trazia um grande reconhecimento social, segundo porque no passado os salários eram muito bons, assim foi com o exército, Petrobrás, setor público entre outras organizações que hoje pagam salários medianos e não são mais profissões glamorosas, apenas mais uma atividade entre tantas que existem nessa nova economia.

Meu conselho: Pensem bem antes de escolher um trabalho, se optar por glamour ou grana, fique ciente que os resultados financeiros poderão ser decepcionante a não ser que você seja privilegiado em poder conciliar os dois, mas isso é mais difícil, não se preocupe no que os outros irão dizer, faça aquilo que lhe dá prazer e gera resultados, vivemos numa sociedade capitalista, movida a dinheiro e mesmo que alguns tentem ignorar isso, essa é a realidade, você vai precisar educar seus filhos, vai querer ter uma casa, um carro, talvez viajar, então vai precisar ter bons ganhos, mas se você é adepto a um estilo de vida sem nada disso ótimo, também é uma alternativa de vida, mas além de estar ciente desse modo de vida, faça a sua família entender também para não criar filhos revoltados com o mundo, que adoram chamar de Burguês quem adquire alguma coisa através do trabalho. Viver é uma escolha, tome a sua e não culpe os outros pela escolha errada.

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