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Eu Creio no Pré-Tribulacionismo!

Leonardo Andrade

O termo pré-tribulacionismo é uma expressão comum no cenário teológico. Resumidamente significa que o arrebatamento acontecerá antes do período da tribulação. O termo arrebatamento é oriundo da língua grega harpazô que significa lit. “furto”. Na Bíblia Sagrada ocorre várias analogias sobre o arrebatamento. Em algumas passagens podemos observar que o escritor bíblico comparou a “volta de Jesus” como a figura de um “ladrão” (1Ts 5.2).

Isso ocorre devido ao significado do termo ladrão na língua grega cleptos “aquele que furta”, desta palavra que surgiu o termo médico cleptomaníaco. Cleptomaníaco é a pessoa, independente do gênero, feminino ou masculino que tem por habito subtrair algo de alguém.

A linha teológica que difere deste pensamento é chamada de pós-tribulacionista, ou seja, a igreja vai passar pela tribulação. Além desta teoria temos também os meso-tribulacionistas “creem que Jesus vai arrebatar a igreja no meio da tribulação”. Temos aqueles que acreditam no arrebatamento parcial, ao qual se dará por diversas vezes. Mas a discussão teológica de maior vigor é entre os pré-tribulacionistas e os pós-tribulacionistas.

Os pós-tribulacionistas acreditam que a igreja passará pela tribulação, porém, é sempre comparada ao episódio em que Israel esteve no Egito. Deus enviou diversas pragas, mas de todas elas Israel esteve protegido, pelo fato de ser o povo escolhido. O questionamento dos pós-tribulacionistas é que a igreja nada difere em relação a Israel: “não somos melhores que eles”, afirmam.

Entretanto, podemos dizer que a igreja se encontra em uma posição um pouco mais favorável que Israel. Podemos afirmar isto, porque a igreja faz parte daqueles “[…] que não viram e creram!” (Jo 20.29). Talvez, o ilustre leitor poderia indagar: “mas isto não faz da igreja melhor?” Sim, pelo simples fato de que o Senhor não faz acepção de pessoas (At 10.34). Não obstante, é fato que a igreja tem um lugar privilegiado, devido ter recebido o chamado e seguido, somente por fé. Ora, o próprio Jesus faz um elogia magnífico para esta geração. Jesus diz o seguinte: “Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram!” (Jo 20.29).

Poderia passar desapercebido, mas a expressão “bem-aventurado” só era aplicada para aqueles que serviam a Deus (Sl 1.1). Nos tempos bíblicos denotam um povo escolhido e separado, podendo ser aplicado a um povo “privilegiado”. É isto, que a igreja representa, por não ter visto, mas aceitou ao chamado por fé é beneficiada, melhor, é “bem-aventurada”.

Embora, haja este pensamento por parte dos pós-tribulacionistas, Deus revela pela sua Palavra um pensamento totalmente diferente. Aliás, Deus ressalta que “guarda” os seus escolhidos, ou seja, “bem-aventurados” de ocasiões de grandes conflitos.

Vejamos o que diz a Bíblia:

  • – “Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti, esconde-te só por um momento, até que passe a ira” (Isaías 26.20);
  • – “Perece o justo, e não há quem considere isso em seu coração, e os homens compassivos são retirados, sem que alguém considere que o justo é levado antes do mal” (Isaías 57.1).

A Palavra do Senhor é bem clara em afirmar que Deus também “guarda” o seu povo, retirando-o do seu lugar e guardando-o em lugar seguro. Vejam esse texto de Sofonias 2.3:

  • – “Buscai o Senhor, vós todos os mansos da terra, que pondes por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do Senhor” (Sofonias 2.3).

É obvio que a má interpretação de algumas passagens favorece para tão grande divergência. Porquanto, é necessário compreender mais os relatos expostos pela própria Escritura. Além disso, é preciso identificar e distinguir algumas palavras importantes, no que tange esse assunto. Duas palavras que considero importante e imprescindível para interpretar os acontecimentos escatológicos são: arrebatamento e segunda vinda.

No idioma grego, idioma oficial do Novo Testamento o termo arrebatamento é harpazô, já para identificar segunda vinda é parousia. O termo parousia significa “presença corpórea”. Segundo William Barclay, o termo era empregado sempre que um Rei decidia se “misturar” com seu povo, para lhes trazer alguma informação, não enviava emissário, o rei mesmo iria ao encontro do povo.

Por conseguinte, entendemos que no arrebatamento (harpazô), Jesus não pisará nesta terra – “encontraremos com ele nos ares” (1Ts 4.17). Já na segunda vinda (parousia), Jesus pisará sobre o monte das Oliveiras e assim: “Todo olho o verá”. A igreja ainda se apega na veracidade da promessa do Senhor, que diz:

“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10).

 

Leonardo Andrade é escritor Teólogo, Filósofo e Historiador. Pós graduado em Ensino Religioso, Ética e Filosofia e História e Cultura Afro-Brasileira. Especialista em línguas semíticas e cultura, Costumes e tradições da Bíblia

Canal do Leonardo Andrade no YouTube:

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