ColunasDestaques

PL 2630/2020 – Uma Lei Totalmente “Fake”

Por Leonardo Andrade

O Supremo Tribunal Federal (STF), quando menos esperamos ele apronta mais uma de suas “arengas” contra o povo brasileiro. Desta vez é a famosa PL 2630 de 2020 relacionado a Fake News. A lei sugere punir veementemente a todos aqueles que divulgam notícias falsas, principalmente, pelos meios digitais. A problemática é que essa Lei não se sustenta na verdade e o que temos visto, a princípio, são ações contra os apoiadores do Governo Federal.

Algo que temos que deixar registrado é que não podemos compactuar em hipótese alguma com a mentira, ou seja, a “fake News”. Como dizia Martinho Lutero “Uma mentira é como uma bola de neve; quanto mais gira, maior se torna”. Espalhar notícias falsas causa um prejuízo enorme na vida de quem é o alvo destas calúnias desvairadas. Um fato que se tornou comum entre o meio político é o “assassinato de reputação”, um mecanismo sombrio usado para fazer com que homens e mulheres de bem percam sua credibilidade.

O termo “Fake News” apesar de parecer, não é um recém-nascido, esse termo começou a ser usado no século XIX para identificar notícias mentirosas. Sendo assim, podemos definir a palavra Fake como “falso” e News “notícia, então, Fake News significa lit. “notícia falsa”. Porém o termo só teve mais relevância na época atual onde se tornou ligado estritamente as notícias falsas das redes socias.

O caro leitor poderia pensar: “essa lei é boa ou ruim?” Na verdade, já há leis em vigor que constrangem e criminaliza as notícias falsas, incriminando o autor. Não podemos estar de acordo com uma lei ao qual beneficia uma parte política e restringe outra. A lei deve ser soberana, e deve estar acima do nome, cargo político, etc. O famoso cantor de rap americano 2Pac dizia que “Acho que para encontrar as verdades, você deve primeiro descobrir as mentiras”. Isto indica
que a mentira por si só não permanece sólida, uma hora ou outra acaba desmoronando. Já dizia o ditado popular “a mentira tem pernas curtas”. Apesar de “ter as pernas curtas” ela anda com uma rapidez formidável. Talvez pensando nisso é que Sir Winston Churchill disse: “Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir”.

Em relação a mentira ter pernas curtas, na língua hebraica a palavra verdade é ‘emeth, e é formada pelas consoantes: ‘alef, mem e tav. Já a palavra mentira é sheqer, nela contém as seguintes consoantes: shin, qof e rêsh. Observando as letras da palavra sheqer, perceber-se que elas têm apenas “um pé”, logo, “não se sustentam”. A palavra verdade tem o valor reduzido na guemátria (estudo dos números no judaísmo) igual a 9, já o valor reduzido de sheqer “mentira” é 6, ou seja, podemos notar que a mentira é o “inverso” da verdade. As letras que compõem a palavra “verdade” são a 1º letra do alfabeto hebraico, o “mem” a letra que fica localizada no “meio” e a última letra, o tav. Sendo assim, podemos entender que a verdade dentro do contexto semítico antigo deve estar presente no início, no meio e no fim.

A realidade é que a mentira já está impregnada nas diversas classes da sociedade. A mentira tornou-se algo tão comum no cenário brasileiro que o personagem Pinóquio sentiria vergonha de ter existido. Tamanho é a falta de sensatez, ao se deparar com mentiras sórdidas que o próprio Gepeto não teria tanta audácia de se posicionar como criador de um personagem mentiroso.

O que podemos perceber é que muitos rejeitam a verdade, chegamos a uma interrogação: “O que é pior: a chamada mentira piedosa ou a verdade cruel?” (Milô Fernandes). Nessa linha de raciocínio que a advogada Renata Barreto enfatizou, “Todavia, é melhor ouvir verdades grosseiras do que mentiras fofas”. O que não podemos esquecer é que hoje as mídias, principalmente o telejornalismo brasileiro sido um grande propagador de Fake News. Visto que, este ato já fora profetizado pelo cantor Raul Seixas ao dizer: “Mamãe, eu não quero ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz”. A reputação midiática já “capengava” há muito tempo.

Não podemos nos conformar com a mentira, mas não devemos apoiar uma Lei totalmente Fake, em busca da verdade, talvez se deparamos com o estreito do pensamento de Pablo Neruda ao dizer que “A verdade é que não há verdade”. Mas eu prefiro ainda, o caminho ao qual percorreu o apóstolo João, que foi liberto da “mentira”, conhecendo a Verdade. Neste sentido, creio que ainda há solução, pois, o próprio Jesus disse que: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14.6). A Verdade é real!

Leonardo Andrade é escritor Teólogo, Filósofo e Historiador. Pós graduado em Ensino Religioso, Ética e Filosofia e História e Cultura Afro-Brasileira. Especialista em línguas semíticas e cultura, Costumes e tradições da Bíblia

Canal do Leonardo Andrade no YouTube:

https://www.youtube.com/channel/UCXEs8gBk7XUSKiAt9KD9HEw

Comentários

Artigos relacionados

Fechar

Adblock Detectado

Considere nos apoiar desabilitando o bloqueador de anúncios