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Tempo, um bem valioso, não desperdice!

Eraldo Vasconcelos de Souza
Economista – Empresário – Corretor de Imóveis – Perito Avaliador

É comum ouvir exclamações de que o tempo passa rápido, pelo menos é a sensação que temos uns mais outros menos, mas essa sensação de estar passando mais rapidamente pelas nossas vidas é resultado de como estamos agindo no nosso dia a dia. A falta de tempo é com certeza uma das principais reclamações das pessoas na atualidade, percebemos que um percentual considerável de pessoas alega não saber administrar bem o seu tempo, o resultado são os efeitos negativos da sobrecarga de trabalho e a desmotivação que constantemente está atrelada a esse cenário onde impera o desgaste físico e emocional esse último nos afeta por inteiro e nos desestabiliza emocionalmente o que nos gera grandes problemas de relacionamento.

Uma coisa é fato, todo o ser humano têm as mesmas 24 horas por dia, então como entender porque alguns chegam ao final do expediente com suas metas cumpridas tendo tempo para cuidar de tarefas alheias ao trabalho como ir à academia ou fazer algum tipo de lazer, enquanto outras pessoas simplesmente não conseguem atender nem metade do que se propõe a fazer e com isso vêm todos os reflexos negativos dessa situação. A melhor coisa que ganhamos na nossa vida é o tempo, mas há uma ciência para a sua utilização de forma proveitosa, precisamos ser inteligentes na gestão do tempo a ponto de conseguirmos fazer tudo o que precisamos sem sentir que o tempo é insuficiente, para tanto a correria não é a melhor opção, muito menos desperdiçar com coisas sem sentido, na linha do tempo é que construímos a nossa vida, cada ação nossa servirá para essa construção que pode ter ótimos resultados ou um estrondoso fracasso. Matar tempo como alguns gostam de fazer é matar parte da vida, a cada tilintar do relógio o futuro virou passado, desperdiçar o presente é um atentado contra a própria vida.

A coisa mais importante sempre é o que você está fazendo na sua vida no dia de hoje o tempo mais importante é o agora, todos os dias ganhamos créditos de preciosos 86.400 segundos para usar de livre arbítrio, ao final da noite esse saldo é debitado como perda se nada fizermos de útil e não podemos mais usar no dia seguinte, ou seja, todas as manhãs a conta é reiniciada e todas as noites as sobras do tempo desperdiçado simplesmente se evaporam, não há volta, não há reaproveitamento. Aplique no seu tempo algo de proveitoso, que tenha significado seja profissional, ou seja pessoal, até mesmo no lazer que é necessário para realimentar o corpo e a mente, cuide do saldo de horas, minutos e segundos que ainda tem, invista em bens que lhe tragam sensação de bem estar seja pessoal, seja profissional. Muitas vezes não temos noção de quanto tempo perdemos durante um dia, para nada, simplesmente deixamos as horas passar e assim quando nos damos conta o prejuízo é irreparável e para muitos restam apenas lamentações.

Para encerrar “Quer ter noção do que é perder um ano, pergunte ao um estudante que não passou no vestibular, se quiser perceber o valor de um minuto pergunte a uma pessoa que perdeu o ônibus, se você quiser entender a importância de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que perdeu a medalha de ouro em uma Olimpíada por milésimos de segundos. Lembre-se: O tempo não espera por ninguém. O dia de ontem é história, o de amanhã é um mistério, o de hoje é uma dádiva, por isso é chamado presente! Não deixe que o tempo escorra por entre os dedos abertos de suas mãos vazias. Segure-o de qualquer maneira para que ele vire eternidade” autor desconhecido.

Por que esperar amanhã para viver?
O presente está cheio do passado e repleto do futuro. O bom aproveitamento do dia de hoje é a melhor preparação para o dia de amanhã. O tempo é sagrado, porque o evento da salvação se inseriu no seu histórico, mas é preciso ter uma noção correta do uso do tempo. Alguns pensam que “tempo é dinheiro” e não conseguem parar. Não é assim.

Emmir Nogueira tem uma bela reflexão baseada em Jacques Phillippe, autor de “Liberdade Interior” (Ed. Shalom, 2004), o qual nos ensina que há dois tempos: um exterior (contato pelo relógio) e outro interior (contado pelo amor). Transcrevo aqui uma reflexão desse livro:
“O tempo exterior é o tempo do fazer, do trabalhar, estudar, produzir, produzir, produzir. É o tempo das horas marcadas, das agendas lotadas, dos compromissos importantes e inadiáveis. É o momento que estressa, envelhece, desgasta e irrita. Período que me fecha em mim mesmo, que me leva a pensar mais em mim do que nos outros, tempo de receber e acumular. Tempo de usura.”

“O tempo interior é o de ser, de trabalhar com gratuidade, estudar com extasiamento, produzir para o bem de todos, ainda que me ‘prejudique’. É o momento de esquecer o relógio diante da necessidade do outro. Tempo das agendas, em cujas páginas sempre cabe mais uma horinha, tempo dos importantes e inadiáveis compromissos com a vontade de Deus.”
“Tempo interior é o tempo que pacifica ao ser doado e rejuvenesce, porque tudo espera; tempo que refaz, porque tudo crê; paciente, porque tudo suporta. É quando me abro para o outro e para as boas surpresas de Deus, tempo de dar e partilhar; de gratuidade. É aquele tempo que se chama “paciência histórica”, ciente de que Deus tem o comando de tudo, por isso não se apressa em julgar e se recusa a imprimir sentenças.”
“Tempo interior é momento de quem ora, de amor registrado pelos relógios da eternidade, sem ponteiros nem dígitos; tempo que sempre sobra. É o tempo em que Deus vive, quando se partilha com Ele carregado dos seus segredos de amor. Tempo que ‘guarda tudo em seu coração’, submete-se inteiramente à vontade do Senhor. O tempo da eternidade vivido no espaço que se chama hoje.”

Usamos tanto a palavra URGENTE, que ela perdeu sua força. O que é urgente de fato? As nossas correrias? Não. Urgente é saber perguntar: qual o sentido de tudo o que estou fazendo? O mais iminente é saber agradecer a Deus o nascer do sol que se repete a cada dia, é o relacionamento com os filhos, o abraço na esposa, é saber gastar o tempo com os outros. Urgente é não se esquecer de viver a vida. As pessoas não se tornam grandes por fazerem grandes coisas. Fazem grandes coisas por serem grandes pessoas. Para ser grande é preciso, pacientemente, construir-se a cada dia.

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